O presente artigo tem como objetivo esclarecer diferenças entre o Português Brasileiro
(PB) e o Português Europeu (PE) quanto aos mecanismos que regem a retomada do tópico em posição
de objeto. Essa investigação pode elucidar questões sobre a amplitude das diferenças sintáticas entre
as variedades: de fato, PE e PB caminham em direção a um afastamento total, ou apenas algumas
áreas da sintaxe foram afetadas pelos percursos históricos que se interpõem entre um lado e o
outro do oceano? Tivemos como base teórica os pressupostos do Programa Minimalista da Teoria
Gerativa (CHOMSKY, 1995, 1999, 2000). Após levantamento de dados reais de fala, analisamos as
ocorrências à luz de trabalhos como os de Tarallo (1993), Cyrino (1994, 2000); Kato, Duarte, Cyrino
e Berlinck (2006); Costa (2010, 2012) e Oliveira (2016). Em seguida, investigamos que propriedades
morfossintáticas e/ou semânticas poderiam regular as diferenças encontradas. Os dados da análise
foram extraídos de duas fontes para a década de 1970: o livro de inquéritos transcritos do Projeto
Norma Urbana Culta (NURC) e os inquéritos disponibilizados online pela Universidade de Lisboa
através do Centro de Referência do Português Contemporâneo (CRPC). Para a década de 2010, os
corpora foram constituídos a partir de entrevistas concedidas por falantes brasileiros e portugueses
a telejornais de suas respectivas regiões. Com este trabalho, concluímos que, conforme defendido
por Costa (2010), as diferenças mais profundas entre PE e PB decorrem de diferentes regularidades
em seus sistemas flexionais, motivo pelo qual afetam a área do sujeito, e não a do objeto.
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Author Name: Sheltom Delano Oliveira de ARAGÃO; Edivalda Alves ARAÚJO
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Keywords: Tópico. Objeto. Sintaxe. Português Europeu. Português Brasileiro.
ISSN: 2236-7403
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